Encontro destaca a necessidade de alinhamento com decisões do STF e discute implementação de novas regras para cargos comissionados
Nesta segunda-feira (12), em uma importante reunião realizada no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (FENAMP) trouxe à discussão uma proposta rigorosa para a regulamentação dos cargos comissionados dentro do Ministério Público Brasileiro. Representando a FENAMP estavam presentes o diretor Ronaldo Fonseca Sampaio e os advogados Jean P. Ruzzarin e Robson Barbosa, da assessoria jurídica da Cassel Ruzzarin Advogados, que enfatizaram a necessidade de alinhar as práticas de contratação às diretrizes do Supremo Tribunal Federal, especificamente a Tese 1010 da Repercussão Geral.
A proposta apresentada visa corrigir o descumprimento reiterado, identificado especialmente nos Ministérios Públicos estaduais, da tese do Supremo que determina que os cargos comissionados devem ser destinados exclusivamente às funções de direção, chefia e assessoramento, e não para atividades burocráticas, técnicas ou operacionais.
Entre os principais pontos da proposta estão a restrição da criação de cargos comissionados a situações que justifiquem uma relação de confiança, a exigência de que a proporção de cargos comissionados não exceda 50% em relação aos cargos efetivos, e a necessidade de que pelo menos 50% desses cargos sejam ocupados por servidores de carreira, com descrições de funções claramente definidas em lei para evitar ambiguidades e desvios de função.
A conselheira Cíntia Brunetta, a quem foi endereçada a proposta, mostrou-se ciente do problema e comprometeu-se a realizar uma análise detalhada. Durante a audiência, ela levantou questões e fez ponderações sobre a importância de se estabelecer uma regra de transição, discutindo como essa mudança regulatória poderia ser implementada de maneira eficaz sem comprometer as atividades correntes do Ministério Público.