“Estamos no século XXI, mas estamos no tempo da pedra em relação à gestão da emoção. É por isso que somos expostos a inúmeros transtornos emocionais, a fobias, aos riscos de suicídio, à autocobrança, à cobrança excessiva por parte das outras pessoas e ao superdimensionamento de estímulos estressantes”. A afirmação é do psiquiatra, pesquisador e escritor Augusto Cury, durante palestra ministrada no evento “Saúde mental: desafios pós-pandemia”, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público e pelo Ministério Público de São Paulo (MP/SP) no início do mês.  

O encontro foi iniciativa da Comissão da Saúde (CS) do CNMP, presidida pelo conselheiro Jayme de Oliveira, que conduziu os trabalhos. Também participaram do evento a ex-conselheira e ex-presidente da CS, Sandra Krieger, e os promotores de Justiça e membros auxiliares da comissão, Jairo Bisol e Fernando Pereira. 

Em sua palestra, o psiquiatra Augusto Cury destacou que, “se a nossa saúde vale ouro, ela é inegociável, mas não é assim que tem ocorrido nas famílias, nas empresas e nas instituições sociais. Um olhar atravessado tem um impacto grande, uma crítica injusta é capaz de comprometer a semana, uma decepção mais grave é capaz de ser lida e relida e comprometer meses e até anos da vida de uma pessoa. Então, temos que compreender o psiquismo humano pelo menos minimamente para que possamos exercer de maneira adequada a gestão da emoção a partir do eu como protagonismo da nossa própria história”. 

Além disso, Cury afirmou que o adoecimento psíquico não é mais exceção, é a regra. “O normal é ser estressado, irritadiço, sofrer pelo futuro, ruminar perdas, mágoas e frustrações do passado e ter baixo limiar para superar frustrações. Por isso, o normal tem sido o desenvolvimento de uma série de sintomas como dor de cabeça, dores musculares e taquicardia. Temos de mudar a era do apontamento de falhas para a era da celebração dos acertos, e mudar a era da informação tecnicista para a era do eu como gestor da mente humana”.  

Confira a íntegra da palestra aqui.

Fonte: CNMP.

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